Arquidiocese de BH ganha 20 diáconos em novembro

No sábado (27/11/2021), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, ordenou mais seis diáconos para a Igreja. Ao todo, 20 diáconos, divididos em três turmas, começam a exercer o ministério em novembro.

Em fevereiro deste ano, outros sete diáconos já haviam recebido a ordem, dentro das celebrações do centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Agora, 120 diáconos estão a serviço da evangelização nas mais diversas diaconias ambientais da forania na qual residem, bem como nas vilas, favelas, aglomerados, condomínios, edifícios, conjuntos habitacionais, cemitérios, escolas, hospitais, presídios, pastorais sociais em âmbito forâneo.

A formação dos futuros diáconos ocorre em pequenos grupos, denominados “diaconias”, compostos por diáconos, esposas e vocacionados. A organização se dá por foranias, sendo que nas foranias que abrangem mais de um município os grupos são subdivididos em municípios dentro da mesma forania. Atualmente, estão no caminho formativo 137 vocacionados, sendo 61 na etapa do propedêutico, 58 cursando Teologia e 18 na etapa tirocínio (estágio pastoral).

Continuemos a orar pelas vocações, para que a Igreja chegue a todos os lugares e pessoas que precisam.

São Lourenço, intercedei por nós!

Alan Venâncio ENAC – CND

Vocação Diaconal: o ser e o fazer

Neste mês vocacional refletiremos um pouco mais sobre o diaconato, que foi instituído na Igreja Cristã com o propósito de assistir as pessoas pobres da igreja. Foram escolhidos sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria (At 6,3). Dessa forma, os apóstolos que estavam sobrecarregados com este serviço puderam se dedicar exclusivamente à oração e ao ministério da Palavra (At 6,4).

Diakonia é a palavra grega que define a função dos diáconos. Esta palavra significa serviço e possui muita importância para a Igreja, sendo este serviço conferido no Sacramento da Ordem através da ordenação diaconal, imprimindo um caráter indelével, ou seja, para sempre.

Na igreja latina o diaconato permanente passou 1600 anos quase invisível, sendo restaurado no Concílio Vaticano II, pois até então era conferido apenas àqueles que seriam ordenados presbíteros (diácono transitório). Hoje sabemos que a igreja possui dois tipos de diaconato: o transitório (para os que aspiram o presbiterado) e o diácono permanente, ficando permanentemente diáconos e estes podem ser celibatários ou casados. É um ministério de instituição divino apostólico e deve sempre existir na igreja.

É importante destacar que mesmo no diaconato transitório o diácono não exerce o ministério “apenas para ser padre”. Diácono é primeiro para ser diácono, porque foi chamado ao diaconato. É o terceiro grau do sacramento da ordem, sendo esta composta por três graus: o 1º grau episcopado, 2º grau presbiterado e o 3º grau diaconato.

Pela imposição das mãos ele recebe os dons do Espirito Santo para ser servo. Ser servo foi a missão de jesus que não veio para ser servido mas sim para servir, dando a vida até a cruz. O diaconato é dado para que aquele homem tenha uma vida que lembre a todos que cristo é servo e que a missão do cristo é servir, sendo ordenados para o serviço do altar, da palavra e da caridade.

O testemunho diaconal deve estar sempre mais no ser do que no fazer. Ao ficar uma hora em meditação ou oração talvez passe pela cabeça que aquele momento é uma perca de tempo e que seria mais importante correr atrás das “coisas de Deus” e assim acabamos esquecendo o “Deus das coisas”.  As coisas passam e só Deus permanece. Que possamos colocar nosso ser como mais importante diante de tantos desafios que o fazernos coloca para que de fato sejamos pessoas íntegras, doadas inteiramente e por completo a Jesus, o Bom Pastor, o servo de todos os servos que está em nosso meio como aquele que veio para servir.

No serviço do altar é o que apresenta o pão e vinho ao presbítero para que este ofereça a Deus o Sacrifício, que apresenta a oferta do povo e que zela pelos objetos litúrgicos; no serviço da palavra ele auxilia o presbítero na catequese, proclama o evangelho nas celebrações, faz homilias e pregações; e no serviço da caridade o diácono é intimamente ligado ao serviço social da paróquia sempre ajudando os pobres e necessitados. Um diácono pode batizar, assistir matrimônios, levar a Eucaristia aos enfermos, dar bênçãos, celebrar a Liturgia da Palavra, pregar, evangelizar, aconselhar, Celebrar as Exéquias e catequizar. Porém, não pode, ao contrário do sacerdote, celebrar o sacramento da Eucaristia (Missa), ouvir confissão e nem administrar a unção dos enfermos.

Ficando viúvo não se torna padre, mas sim um “diácono-viúvo”. Em algumas dioceses o diácono viúvo realiza uma complementação de estudos e é ordenado presbítero, mas isto não é regra e dependerá das necessidades da diocese bem como da anuência do bispo local. O diácono permanente não é um “quase-padre”, “substituto do padre” ou “mini-padre”. O diaconato e presbiterado estão intimamente ligados, mas são vocações distintas. Muitas vezes as atribuições deste ministério são difíceis de serem compreendidas, pois o diácono está “entre” os sacerdotes e os leigos, porém o diácono não é leigo e nem um sacerdote.

Não é honra, mas serviço. Não é poder, mas é se tornar um servidor na obra de evangelização, anunciando ao Senhor através de suas ações sendo homens da Palavra e de Palavra. Já dizia São Francisco de Assis quando enviava os Frades em missão: “Ide Evangelizar e se for preciso, use as palavras”. São homens que estão à disposição principalmente dos mais necessitados, ocupando-se do cuidado aos pobres, excluídos e marginalizados. A prática diária da oração, meditação e Eucaristia é a força que move este ministério.

O diácono não pode esquecer a família. A família deve apoiar o diácono no ministério mas este nunca deve estar totalmente ligado ao ministério diaconal esquecendo sua família, uma vez que ele desempenha a dupla sacramentalidade e o primeiro serviço do diácono está em sua família (matrimônio), devendo haver então equilíbrio entre a família e o ministério diaconal.

A palavra “vocação” vem do latim que significa “chamado”. Toda vocação sempre é iniciativa de Deus. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16). Há lugar e oportunidade para todos e ninguém pense não ter uma vocação. Todos têm um Chamado pessoal de Deus a ser realizado na Igreja. E este é um tempo propício para cada um dar uma resposta concreta de amor a Deus.

São Lourenço, rogai por nós!

LEONARDO FLAUSINO, vocacionado ao diaconato permanente.

Esposa Taiane Dantas Silva.

Diocese de Ituiutaba-MG

Escolas diaconais: equipe de professores apoiará (arqui)dioceses do Leste 2

Diretores, coordenadores e formadores das escolas diaconais das arquidioceses e dioceses de Minas Gerais e Espírito Santo reuniram-se por videoconferência no dia 27 de maio. O objetivo foi promover a troca de experiências e motivações entre os diretores e formadores do Regional Leste 2 da CNBB.

A reunião foi conduzida pelo diácono Márcio Henrique Gonçalves de Souza, referencial para as escolas diaconais, e contou com a participação do presidente da Comissão Regional dos Diáconos (CRD), Diác. Márcio Honório; do bispo referencial da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada e bispo da Diocese de Luz (MG), Dom José Aristeu Vieira; do bispo da Diocese de Oliveira (MG), Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro; e do responsável pelo site do diaconato, Diác. Marcelo Paulino Costa.

No encontro, as (arqui)dioceses foram representadas por diretores e formadores de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Belo Horizonte (MG), Campanha (MG), Governador Valadares (MG), Itabira e Coronel Fabriciano (MG), Janaúba (MG), Januária (MG), Juiz de Fora (MG), Montes Claros (MG), Oliveira (MG), Pouso Alegre (MG), Teófilo Otoni (MG), Uberaba (MG) e Uberlândia (MG).

Foi aprovada a criação de uma equipe multidisciplinar com professores que já têm experiência em formação de alunos de escolas diaconais e cursos de graduação em Teologia. A ideia é que a equipe fique à disposição do Regional Leste 2 para auxiliar na implantação, manutenção e formação dos candidatos ao diaconato de todas as (arqui)dioceses que necessitarem de apoio.

Plataforma virtual

O Diác. Marcelo Paulino Costa colocou à disposição de todas as (arqui)dioceses, de forma gratuita, uma plataforma virtual. A ferramenta permite a inserção de palestras formativas para as escolas diaconais. Também é possível a criação de ambientes privados, organizados conforme as etapas de formação, a serem usados por alunos e vocacionados. A próxima reunião por videoconferência deve ocorrer em julho.

Com informações do Regional Leste 2 da CNBB.