Colaborador

Arquidiocese de Diamantina inicia formação de candidatos ao Diaconato Permanente

No último fim de semana, nos dias 27 e 28 de janeiro de 2024, a Arquidiocese de Diamantina promoveu um retiro destinado aos candidatos ao Diaconato Permanente. O encontro foi conduzido pelo Arcebispo Dom Darci José Nicioli. Treze candidatos, acompanhados por suas esposas, participaram dessa jornada de reflexão e preparação para o serviço religioso.

Evento contou com a presença e contribuição do Diácono Alan Venâncio e sua esposa, Fabiana, representantes da Arquidiocese de Belo Horizonte, além do Diácono Valdivino e sua esposa, Daura, da própria Arquidiocese de Diamantina. Eles compartilharam suas experiências familiares, destacando a importância do valor da família na vida do diácono.
Dom Darci expressou sua alegria e a importância deste projeto para a Arquidiocese, ressaltando a vasta extensão territorial e os desafios únicos que ela apresenta. Ele enfatizou que o diaconato contribuirá significativamente para o serviço religioso.
Contribuíram com o encontro o Padre Alam, que faz parte da comissão para o diaconato permanente, e os seminaristas William e Darlan.
Que São Lourenço interceda por estes candidatos, suas esposas e toda a equipe de formação!

Diác. Alan Venâncio

Diáconos representam a Igreja Católica em fórum inter-religioso da OAB-MG

A Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Minas Gerais (OAB-MG), promoveu o Fórum Inter-religioso no dia 2 de dezembro, na sede da OAB, em Belo Horizonte-MG. O evento contou com a colaboração de entidades que, com base em suas respectivas tradições religiosas, contribuem para o desenvolvimento sociopolítico do País. Entre os participantes estiveram os diáconos permanentes Argemiro Ferro e Amauri Dias, ambos da Arquidiocese de Belo Horizonte.

A convite da presidente da Comissão, dr.ª Isabela Cristine Dario, o diác. Argemiro partilhou sobre o papel social e ético da Igreja Católica para a busca da paz entre as comunidades. “No Evangelho de Marcos, o próprio Cristo nos chama à unidade, sem preconceitos, sem fazer acepção de pessoas”, disse.

Em sua fala, ele destacou a importância do Magistério Social da Igreja: “A Doutrina Social da Igreja Católica se fundamenta na compreensão de que a Igreja se faz morada de Deus com os homens e mulheres, e de que ela é, na humanidade e no mundo, a plenitude de seu amor”, declarou.

O diác. Argemiro também recordou a Encíclica “Fratelli tutti”, publicada pelo Papa Francisco em 2020. “Para nos ajudar e nos encontrar mutuamente, precisamos dialogar, com um diálogo paciente e fraterno. Não existe desenvolvimento de um povo e de uma nação sem um diálogo construtivo e pacífico”, declarou.

Candidatos eleitos para o diaconato permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte participam de retiro.

Entre os dias 27 e 29 de outubro, os candidatos eleitos para a ordenação diaconal e as respectivas esposas participaram do retiro preparatório. O momento de espiritualidade foi realizado na Casa de Retiros Recanto Monsenhor Domingos, aos pés da Serra da Piedade, em Caeté-MG. Foi um fim de semana de muita oração e espírito de confraternização.

O diácono Márcio Honório e sua esposa, Cristina Pena, conduziram as reflexões. Ele exerce a presidência da Comissão Regional dos Diáconos e Esposas do Leste 2 da CNBB (CRDE Leste 2) e a vice-coordenação do Conselho Arquidiocesano para o Diaconato Permanente na Arquidiocese de Belo Horizonte (Cadipe), e ela atua como conselheira do Cadipe. Também estiveram presentes o diácono Noraldino Caetano e Simone Lisboa, sua esposa, coordenador e conselheira do Cadipe. A Eucaristia, presidida pelo padre Samuel Fidelis, marcou o encerramento do encontro.

Ao todo, a Arquidiocese de Belo Horizonte ganhará 14 diáconos permanentes que servirão nas mais diversas realidades missionárias, sobretudo em vilas e favelas, e em pastorais sociais. A ordenação está marcada para 25 de novembro, sábado, às 9h30, na Catedral Cristo Rei. O endereço é Rua Campo Verde, 165 – Bairro Juliana, Região Norte da capital mineira.

Pascom Diaconal BH

Arquidiocese de Belo Horizonte Institui 16 Candidatos ao Diaconato permanente nos Ministérios Leitorato e Acolitado

No último domingo, 30 de julho de 2023, a Família Diaconal da Arquidiocese de Belo Horizonte celebrou um dia de imensa alegria. Em uma cerimônia presidida por Dom Nivaldo dos Santos Ferreira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e referência para o diaconato permanente, 16 vocacionados ao diaconato permanente foram instituídos ao ministério de Leitorato e Acolitato.

No mesmo evento, 43 mulheres, esposas de Diáconos e de vocacionados, foram investidas para os ministérios extraordinário da Palavra, Sagrada Comunhão e Celebração das Exéquias. A solenidade aconteceu na Catedral Metropolitana Cristo Rei.

Essa marcante cerimônia reforça a importância do diaconato permanente e sua contribuição essencial para o enriquecimento da fé e dos serviços da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Que Nossa Senhora da Piedade acompanhe e interceda com carinho pelo chamado e missão de cada um desses servidores dedicados da igreja. O compromisso e a dedicação dessas pessoas são fundamentais para fortalecer a fé e serviços para a comunidade.

CADIPE, Escola Diaconal São Lourenço, CADE.

Arquidiocese de BH ganha 20 diáconos em novembro

No sábado (27/11/2021), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, ordenou mais seis diáconos para a Igreja. Ao todo, 20 diáconos, divididos em três turmas, começam a exercer o ministério em novembro.

Em fevereiro deste ano, outros sete diáconos já haviam recebido a ordem, dentro das celebrações do centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Agora, 120 diáconos estão a serviço da evangelização nas mais diversas diaconias ambientais da forania na qual residem, bem como nas vilas, favelas, aglomerados, condomínios, edifícios, conjuntos habitacionais, cemitérios, escolas, hospitais, presídios, pastorais sociais em âmbito forâneo.

A formação dos futuros diáconos ocorre em pequenos grupos, denominados “diaconias”, compostos por diáconos, esposas e vocacionados. A organização se dá por foranias, sendo que nas foranias que abrangem mais de um município os grupos são subdivididos em municípios dentro da mesma forania. Atualmente, estão no caminho formativo 137 vocacionados, sendo 61 na etapa do propedêutico, 58 cursando Teologia e 18 na etapa tirocínio (estágio pastoral).

Continuemos a orar pelas vocações, para que a Igreja chegue a todos os lugares e pessoas que precisam.

São Lourenço, intercedei por nós!

Alan Venâncio ENAC – CND

Belo Horizonte: 21 candidatos ao diaconato são admitidos como leitores e acólitos

No sábado, 25 de setembro, foi celebrada a instituição dos ministérios de acolitado e leitorado de 21 candidatos ao diaconato permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte. A liturgia foi realizada na Catedral Cristo Rei e presidida por Dom Nivaldo do Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e referencial do diaconato permanente.

Os candidatos foram aprovados pelo Cadipe (Conselho Arquidiocesano para o Diaconato Permanente) e seus nomes homologados pelo arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo. A ordenação diaconal já está agendada para os dias 13, 20 e 27 de novembro próximo. A cada celebração, a Igreja ganha sete diáconos.

A celebração foi transmitida pelo canal do Youtube do diaconato permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte. As ordenações de novembro também poderão ser assistidas ao vivo.

Alan Venâncio – Pascom Diaconal

ALEGRIA: o outro nome de Deus!

Estamos praticamente às vésperas do Natal! A quatro domingos atrás iniciávamos este tempo favorável de vigilância e oração sob o símbolo da mística da coroa do advento. Não é difícil compreendermos o seu sentido: a cada vela acesa a luz se intensifica, vencendo as trevas e iluminando o coração com a verdadeira luz que nos mantem despertos: Jesus! Afinal nos conclama a Palavra: “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará”! (Efésios 5, 14b. Is 26, 19; 60, 1). Esta luz, nascendo pequenina na gruta pobre de Belém, revestir-nos-á de uma esperança benfazeja a fim de compreendermos, espiritualmente, as idas e vindas da própria vida, os paradoxos que nos fazem chorar e rir, crer e duvidar, alegrar-se e entristecer-se, fidelizar e trair, guardar e partilhar, resistir e ceder… e por aí afora. Tudo é graça, Deus nos conduz!

No fundo, se bem o compreendermos, nada pode impedir que Deus espraie a alegria ao coração da humanidade: no princípio era a alegria, a Santa Alegria, que decidindo em seu mistério “contagiar” o mundo inteiro e a humanidade em especial (que ainda não existia) com seu amor, fez a luz (Gn 1, 3) e a humanidade à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26). Desde então, não cessa de cuidar de nós convocando-nos a cada dia a nascermos de novo para a verdade do seu Reino, onde justiça e paz irão se abraçar.

Assim, como uma “mistagoga” do Pai (aquela que nos insere no mistério de Deus) a Igreja nos conclamava, no terceiro domingo do advento, a nos alegrarmos em Deus. Celebrávamos, naquela ocasião, o domingo gaudete, ou da alegria, devido, como sabemos, à primeira palavra do prefácio da Missa que reza: alegra-te! A outra ocasião em que esta alegria Santa é proclamada é o domingo laetare, na quaresma, que nos conclama ao júbilo pascal. Alegria e júbilo, pois, colocam num mesmo mistério de amor o nascer e o morrer, o natal e a páscoa, a manjedoura e a cruz, numa espécie de antecipação sempre possível, no coração da Igreja, do mistério do Redentor. Nossa “espera”, assim, é hiperbólica, ou seja, olhamos para a manjedoura, mas com os olhares fixos na cruz e na pedra rolada do sepulcro vazio, exultando com os anjos: “não está mais aqui, ressuscitou!” Nascer, morrer e ressuscitar é, pois, o que sempre esperamos e assim o podemos porque o Cristo nasceu, morreu e ressuscitou! Só assim é possível compreendermos que o canto tão popular do Noite Feliz, proclame, ao mesmo tempo, dois mistérios: da feliz noite do nascimento na manjedoura pobre da gruta de Belém e o da feliz noite que tendo escondido o corpo do Senhor vê a aurora anunciar a luz do ressuscitado!

Mas não romantizemos essa noite tão grave em sua urgência numa espécie de “era uma vez… e viveram felizes para sempre!” Deus não se cansa de interpelar-nos ontem, hoje e sempre. Trata-se de um realismo extremo e de um apelo espiritual inconteste: na mesma noite, só para ficar com um exemplo (os outros cada um de nós vamos aplicando à nossa própria realidade), a cantata de natal chega aos “ouvidos” de Deus cantada tanto pelas famílias abastadas de condomínios fechados e luxuosos que celebram a fartura de alimento na mesa, quanto pelas famílias dos favelados casebres e suas “quentinhas” doadas por alguém que sensibilizado, via olhares famintos de crianças que salivavam ao cheiro das iguarias. Todos cantam NOITE FELIZ… uns mais agradecidos, outros quase desesperançados pelas injustiças, mas todos proclamando a natalícia cantata… e Deus vendo e ouvindo os clamores dos filhos seus, acolhendo como um único pai, no paradoxo do amor, gratidão e esperança; bonança e miséria.  

Como não concluir que do coração de Deus, que costuma agir com entranhas de misericórdia, emerja mais uma vez e sempre um “suspiro” profundo de amor e um renovar sempre constante da ordem eternal: “vai, Filho de minha alegria, invade com nosso Espírito mais uma vez os corações dos homens, a quem decidimos criar à nossa imagem e semelhança. Nasce mais uma vez e sempre benfazejo no coração de meus filhos, teus irmãos. Da gratidão dos que muito tem, faze nascer a verdadeira partilha que inicia pela justiça e pela não-indiferença com o sofrimento alheio, o nosso Reino; aos que quase tudo faltam, de sua miséria criada pelas mãos dos próprios homens, faze nascer a perseverança da fé que não desanima e edifica no bem os homens de boa vontade. Vê: eles te chamam: MARANATHA!.Vai… não demoremos mais”. A antecipação da Santa Alegria se justifica porque o Senhor já veio na plenitude dos tempos e cumpriu sua obra em fidelidade ao Pai. Agora aguardamos o desfecho final de nossa fé na misericórdia divina que nos impulsiona a fazermos o bem e agirmos com justiça. Entre esta primeira vinda de Cristo e a sua parusia, sua manifestação definitiva que somente o Pai sabe o dia, esforcemo-nos por permitir que ele nasça nas manjedouras de nossos corações, de nossas famílias. Sobretudo, que a casa dos pobres sejam nossos nobres presépios e acorramos a elas com nosso melhor ouro, nosso melhor incenso, nossa melhor mirra. Presenteemos os pobres com nosso engajamento em mudanças efetivas que anunciem ao mundo que nascemos e morremos com o Cristo para com ele e seus pobres participarmos da glória do Reino, lá nos céus, um dia, e ainda mesmo aqui, na terra, lutando contra as injustiças e o pecado enquanto a plenitude não chega.

Diácono Robson Adriano

São fortes os braços de uma mãe, quando seu filhos estão em perigo!

O mês de maio já quase findava e as expressões da fé mariana, durante todo o mês, haviam enchido nossos corações de santa alegria. Entre todas as devoções populares, as que procuram manifestar nosso amor, respeito e carinho para com a Mãe do Deus Filho, o nosso Senhor Jesus Cristo, considero as mais expressivas. Pois bem, Angélica chegou perto depois de um momento celebrativo de encerramento do mês mariano e foi logo me agradecendo: – Obrigado, Robson, por apresentar-me uma mãe tão terna e compreensiva. Estive prestes a deixar a fé cristã católica mas percebi o quanto os braços de uma mãe são ainda mais fortes quando seus filhos correm perigo. Fiquei sem entender muito bem o agradecimento, bem como tudo que ela me disse. E percebendo minha dificuldade foi se explicando.

“Estava por um fio em relação a sair da igreja e buscar um rumo espiritual qualquer! Influenciada por inúmeros parentes que já haviam abandonado a Igreja Católica e enfraquecida na minha fé, estava quase completamente disposta a ir embora. Foi quando você fez uma visita pastoral lá em casa, no início do mês de maio, encorajando-me e à minha família a participarmos das devoções que se fariam à Virgem Maria durante o mês. No início, neguei interiormente mas confesso – continuava ela – que uma palavra simples que me disse, ficou retumbando aqui dentro o dia todo, até que me convenceu, embora ainda desanimada, a participar daquele momento. A frase foi: ‘os braços de uma mãe são ainda mais fortes quando seus filhos correm perigo!’ Eu sou mãe, e sabia disso com toda a força de minhas lutas diárias. Sabia o quanto uma mãe tira forças para proteger e encaminhar os seus filhos. Poderia essa mulher a quem chamamos, com razão, de “mãe espiritual”, valer-me em meu cansaço e quase descrença? À noite lá estávamos nós, prestes a iniciar a devoção mariana com a oração do terço. Entretanto, antes de iniciarmos tal exercício piedoso, você fez uma breve apresentação da oração do terço e da devoção à Santíssima Virgem. Lembro-me bem. Estava meio acuada lá trás, ressabiada, temendo ouvir o que não gostaria. Então te ouvi falar: ‘– Existem pessoas que deixam para rezar o terço à noite, depois da lida’. (Eu era uma delas!!!!!) Você continuou: ‘– Aí tudo acontece assim: começam cansados, bocejando, mas vencem o primeiro mistério; gaguejam no segundo e, no terceiro… pronto, já estão dormindo!!’ (Euzinha novamente). Pensei então: agora virá a bronca; a acusação de que temos pouca fé; de que somos irresponsáveis, vacilantes na oração blá, blá, blá. Mas então aconteceu como eu não esperava. Você continuou: ‘– Quando isso acontecer, gente, não se martirizem sendo demasiadamente exigente consigo mesmos! Estamos diante de uma Mãe Clemente e Consoladora dos aflitos, de uma Mãe amável e admirável e também Auxiliadora dos cristãos. Ela conhece nossas lutas e nosso cansaço, pois está sempre atenta para não nos deixar faltar a alegria da fé. Quando isso acontecer, aprendam a dormir serenamente nos braços de uma tão terna mãe a fim de que quando acordemos, ‘aqui ou lá’ estejamos dispostos a fazer o que o seu Filho nos disser, ou a viver para sempre em sua companhia. Então eu me desarmei. Chorei. Tirei um peso das costas e decidi recomeçar”. Também emocionado recebi um abraço forte e cheio da Angélica que renovou sua fé confiando na Mãe da Divina Graça, na Mãe do Bom Conselho.  

Não há o que temer em nossa devoção à Maria, irmãos. Sabemos que o único desejo de seu materno coração é que cada um dos filhos de Deus, aprendam a amá-lo como convém, ou seja, fazendo tudo aquilo que seu Filho nos disser. Ela aceita os nossos rogos e homenagens, embora acredite que core um pouco de vergonha devido sua grande humildade, mas aceita porque sabe e nos revela que é Rainha por causa do Rei, que é Senhora, por causa do nosso Senhor, que é Bendita, porque Bendito foi e é o fruto de seu ventre, que é Bem-aventurada, não por privilégio, mas por obra e graça Daquele que nos dispôs para a beatitude, para a santidade.

Não duvidemos: se de Eva herdamos nossa pecadora condição, de Maria, proclamada Ave pelo anjo, herdamos nossa redimida condição. Não sem razão cantamos no Ofício da Imaculada Conceição: “sois Mãe criadora dos mortais viventes”! De Eva, o pecado! Da Ave-Maria, o Cristo, nossa remissão; nossa redenção. Quando Jesus no-la deu aos pés da cruz sabia que sua mãe haveria de conduzir para Deus todos os seus irmãos e irmãs conquistados ao preço da cruz. Como, então, não cantar: ó surpresa de Deus, maravilha de Deus preferida de Deus, alegria de Deus. Ó silêncio de Deus, arco-íris de Deus, ó sonho lindo de Deus, sacrário vivo de Deus”! De fato, neste mundo, “um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe”! Por isso, desse maternal amor, não quis Deus nos privar… nem ao seu próprio Filho nascido do ventre desta mulher! Bendito e louvado seja Deus. Mãe do céu morena, rogai por nós.

Diác. Robson Adriano

Candidatos ao Diaconato Permanente de BH são instituídos a Leitores e Acólitos

No último domingo, dia 22/11/2020, na Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, foram instituídos no Ministério de Leitores e Acólitos sete candidatos ao Diaconato Permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte.

São eles: Fábio de Brito Goncalves, Gius Carlos Soares Rocha, Márcio Assunção de Paula, Marcos Daniel Machado, Normando Martins Leite Filho, Paulo de Tarso da Silva Reis e Rubens Pereira Lima.

A celebração foi presidida pelo Bispo auxiliar Dom Vicente.

A ordenação diaconal está prevista para o mês de fevereiro/2021.

A CRDE Leste 2 parabeniza e intercede pela vida destes vocacionados.

Estende tua mão ao pobre.

No último dia quinze, como já vem fazendo a alguns anos consecutivos, o Papa Francisco nos lembrou dos “anawins de Yhwh”, ou seja, dos pobres de Deus. E como o termo hebraico anawin, remeta-nos também “àqueles que se dobram”, ou seja, os humildes em espírito que colocam toda a sua confiança no Senhor, pobreza e humildade se conjugam na convocação de Francisco. Por um lado, a miséria daqueles que nos expõe suas necessidades mais prementes como chagas abertas por um sistema perverso; por outro, o convite a reconhecermos que diante de Deus, a bem da verdade, somos todos pobres, necessitados de conversão… pois muitos de nós estamos com a barriga cheia ou o espírito inflado pela autossuficiência. Uma convocação inquestionavelmente louvável e necessária, mas, no mínimo estranha e sintomática. Estranha, uma vez que somos seguidores dAquele que não tendo lugar para nascer, viveu a vida sem ter onde reclinar a cabeça, teve como pai um carpinteiro e não um banqueiro ou empresário, deixou como herança a si mesmo nas migalhas de um sagrado pão, dando ainda ordens para servirmos como ele próprio serviu e como se não bastasse morreu entre dois ladrões sentenciado como fracassado e impostor, como nos atestam os Evangelhos. Haveria mesmo necessidade de um dia assim convocado se compreendêssemos que todos os dias a fé assim nos convoca? Não cuidar dos pobres nunca foi e nem nunca poderá ser uma opção; ao menos não uma opção cristã! Trata-se de um imperativo: “dai-lhes vós mesmos de comer”! (Lucas 9, 13).

Confesso meus irmãos: nunca foi tão difícil falar dos pobres, ou falar por eles!!!! Muito rapidamente vozes uni troantes se levantam, dentro e fora da Igreja, para classificar a atenção e o cuidado para com os pobres de fascismo, comunismo, socialismo etc e tal, alardeando aos quatro cantos do mundo que o socorro aos pobres foi uma ideologia plantada no coração da Igreja para fazê-la perecer como uma ONG malsã! É necessário, continuam em seu furor, exorcizar toda teologia da libertação até ao cúmulo de negar a razão de fé de inúmeros de nossos pastores que, compreendendo a sagrada missão do pastoreio junto aos mais pobres e necessitados, replicaram do Evangelho nos exortando no Concílio: As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração (GS 1)”.

Há alguns dias, participando de um tríduo em preparação para a ordenação diaconal de alguns irmãos, fiquei edificado por um gesto simples, mas extremamente significativo, e quase já esquecido na Igreja: após a oração final, o celebrante chamou à frente duas senhoras. Uma delas deduzi facilmente quem seria: carregava as vestes litúrgicas do acólito que seria ordenado. A humilde senhora era sua mãe. A outra, simples e humilde, trazia nas mãos uma pequena caixinha. Depois de abençoadas as vestes litúrgicas, o celebrante voltou-se para o acólito, dizendo-lhe que toda a comunidade, mas principalmente os pobres, lhe queriam ofertar um presente: abriu a caixinha e apresentou ao acólito um anel de Tucum. A “senhorinha”, depois da bênção, colocou-lhe no dedo o anel, profetizando um ministério na companhia dos mais empobrecidos e necessitados, e sem dizer absolutamente nada, dizia, com seu gesto, absolutamente tudo: não se esqueça dos pobres do Senhor! Ele veio para servir, não para ser servido!

Fiquei dez dos melhores anos de minha vida no processo formativo do Seminário de Mariana e sou extremamente grato por isso. Sou de uma geração em que homens de esmerada humanidade e dedicação ao Reino e profunda espiritualidade me ensinaram a contemplar Jesus nos pobres e vice e versa, sem medo ou contradições, sem ideologia e com+paixão, fazendo-me ver a incongruência de uma espiritualidade que priorizasse somente a fé, sem o engajamento nas mudanças estruturais injustas, ou priorizasse tão somente as realidades estruturais e materiais tendendo a transformar a Igreja numa ONG. Homens que amaram profundamente a Igreja por terem amado ainda mais profundamente a Cristo, seu fundador, que amou os pobres prometendo-lhes o Reino de Deus. Somente para citar alguns, homens como Pedro Casaldáliga, defensor dos indígenas e marginalizados, adotando como lema de sua ação pastoral: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar; homens como Dom Helder Câmara, que congregou nossos bispos em conferência, defendendo arduamente os direitos humanos; poeta dos pobres e da não-violência; homens como Dom Luciano que morreu fazendo um pedido: não se esqueçam de “meus” pobres! Tantos e tantos mais que marcaram minha vida com um testemunho autêntico de fé. Ensinaram-me que se “pobres sempre os teremos conosco” (como nos ensinou o Senhor em João 12, 8), a fortiori deverá ser permanente também o zelo pastoral para com estes pobres, nossos mestres.

O Papa Francisco, nessa incômoda insistência que nos descentraliza, e que não propõe absolutamente nada de novo do que o próprio Jesus nos propõe, recupere para nós a certeza de que uma espiritualidade autenticamente cristã não poderá jamais propor-se em substituição à fome dos milhares e milhares dos quatro terços da humanidade, nossos irmãos, que passam fome de pão e de fé. Prossigamos, e rezemos pelo nosso Francisco a fim de que Deus o preserve da mira dos que “odeiam a fé” e não aconteça, agora na cidade do Vaticano, o que outrora aconteceu no “fim do mundo” com um pastor que incorporando à sua fé e à sua missão o Concílio Vaticano II afirmava:  “a mais profunda revolução social é a reforma séria, sobrenatural, interior de um Cristão. A missão da Igreja é identificar-se com os pobres. Assim a Igreja encontra sua salvação”. São Oscar Romero, rogai por nós!!!

Diác. Rosbon Adriano