Ordenado a primeira turma de Diáconos Permanentes da Diocese de Patos de Minas

No último sábado, 26 de outubro de 2024, a Diocese de Patos de Minas vivenciou um momento histórico e de grande alegria para. O Bispo Diocesano, Dom Frei Cláudio Nori Sturm presidiu a cerimônia de ordenação da primeira turma de Diáconos Permanentes da Escola Diaconal Santo Estêvão, da Diocese. Após mais de cinco anos de preparação, 15 novos diáconos foram ordenados, marcando um importante passo na caminhada da Igreja local. Foram ordenados: Adilson Pinheiro da Mota, Ailton Camargos, Ailton José Alves, Antonio Gonçalves, Célio Moreira da Fonseca, Denis Álvaro Cruz, Fabiano Maranho, Fábio José dos Reis, Jarbas de Sousa Silva, José Antônio Rodrigues, José Marcelo Leite, José Nilson Ribeiro, Kenio Ferreira da Silveira, Luiz Carlos Vieira da Silva, Maurilo Rodrigues Camargos.

A celebração, ocorreu na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, reuniu grande parte do clero diocesano, familiares, amigos, membros da comunidade, e diáconos das dioceses de Uberlândia, Ituiutaba, Anápolis. Dom Frei Cláudio em sua homilia agradeceu a Pe Nílson diretor e Vigário Episcopal da Escola Diaconal, e a todos os formadores, pela dedicação com que conduziram o processo formativo dos novos diáconos. Dom Frei Cláudio fez uma profunda reflexão, convidando todos a entender o verdadeiro significado do Diaconato Permanente na Igreja, ressaltando a importância deste Ministério na vida da Igreja e na sociedade. Pontuou sobre o papel do diácono como servidor, destacando sua missão de amor, compromisso e serviço à comunidade. Com uma visão clara e inspiradora, ele nos lembra que o diaconato vai além de uma função; é um chamado a viver o Evangelho de maneira concreta e transformadora.

Os diáconos Horácio Nelson Tavares e Sílvio Vilela, Presidente e Tesoureiro, da Comissão Regional dos Diáconos Leste 2, estiveram presentes e representaram a CRD Leste 2.

A Escola Diaconal da Diocese de Patos de Minas, conta ainda com uma segunda turma que está no terceiro ano de preparação. Que Santo Estevão interceda pelos novos diáconos e suas famílias.

Analogia entre a graça e direito canônico oriundos do Sagrado Coração de Jesus a partir da Encíclica Dilexit nos e da Teologia do Direito.

A teologia da graça nos inspira a percebê-la como movimento gratuito e incondicional de Deus até suas criaturas. Pensar em meritocracia em relação à graça, é abrir possibilidade de quaisquer tipos de contrato com Deus, e limitaria sobremaneira a ação salvadora e redentora de Jesus Cristo na Cruz.

Para tanto, basta trazer em questão a doutrina a respeito dos sacramentos, que por definição são sinais visíveis, da graça invisível. Os sinais são ícones que impulsionam aos que com ele convivem, a serem encaminhados para o verdadeiro efeito, Deus.

A administração dos sacramentos se dá através da Igreja, não por mérito, mas pela graça latente do “coração”.

Na Encíclica Dilexit nos, o Papa Francisco faz lembrar no parágrafo 13:

“É necessário que todas as ações sejam colocadas sob o “controle político” do coração, que a agressividade e os desejos obsessivos sejam acalmados no bem maior que o coração lhes oferece e na força que ele tem contra os males; que a inteligência e a vontade sejam também postas ao seu serviço, sentindo e saboreando as verdades em vez de as querer dominar, como algumas ciências tendem a fazer; que a vontade deseje o bem maior que o coração conhece, e que a imaginação e os sentimentos se deixem também moderar pelo bater do coração.” PAPA FRANCISCO – Dilexit nos – 2024, ou seja, é fundamental que voltemos nosso olhar ao coração chagado de Jesus Cristo, do qual jorrou sangue e água e fez nascer a Igreja, que deve ser ligada ao próprio Cristo como fonte da verdade, que permite a kenosis (esvaziamento) de cada um que estiver disposto a abrir mão dos próprios desejos e vontades e compreender a forma com que o Evangelho propõe as relações”.

Parece latente do texto o desejo do Sumo Pontífice, que se perceba o “coração” como a fonte do amor e do movimento criacional e salvífico de Deus, haja vista, o enfoque dado tanto filosófico quanto teológico e antropológico, dele(coração), como lugar que transcende a biologia e razão puramente vital. É a partir do Coração de Jesus que brota a graça, que é distribuída na economia da salvação, não porque merecemos, mas porque o próprio Deus se aproximou do rebanho e assim permitiu intimidade e relação como é claro, no parágrafo 17 da encíclica:

Ao mesmo tempo, o coração torna possível qualquer vínculo autêntico, porque uma relação que não é construída com o coração não pode ultrapassar a fragmentação do individualismo. Restariam apenas duas mónadas que se justapõem, mas não se ligam verdadeiramente. Uma sociedade cada vez mais dominada pelo narcisismo e pela autorreferencialidade é uma sociedade “anti-coração”. E, por fim, chega-se à “perda do desejo”, porque o outro desaparece do horizonte e nos fechamos no nosso egoísmo, sem capacidade para relações saudáveis. Como resultado, tornamo-nos incapazes de acolher Deus. Como diria Heidegger, para receber o divino é preciso construir uma casa de hóspedes”.

Alimenta e sustenta a confiança em Deus, perceber sua Igreja a partir das instruções do Sumo Pontífice, motivada a ressaltar a forma com que Deus se revelou e propôs as relações.

Para tanto, o Papa faz lembrar no parágrafo 23 que quaisquer pessoas que se dignarem voltar seu olhar a Deus e se relacionar com Ele, necessariamente chegará ao Amor, como decisão e não como mero sentimentalismo, a partir da Boa Nova de Jesus Cristo, Deus amou e optou por todas as criaturas e do seu coração verteu todo bem e toda esperança de alcançar o seu Reino.

É através da história de cada uma das criaturas que se dispuserem a refletir sobre si, a partir da ação de Deus, que a teofania acontece e tanto a Palavra, quanto o apostolado e o magistério se tornam vivos, no sentido de atualizar o movimento do próprio Deus em direção a cada um dos seus filhos.

Quando alguém reflete, procura ou medita sobre o próprio ser e a sua identidade, ou analisa questões mais elevadas; quando pensa no sentido da própria vida e até mesmo procura a Deus, e ainda quando sente o gosto de ter vislumbrado algo da verdade; todas estas reflexões exigem que se encontre o seu ponto culminante no amor. Amando, a pessoa sente que sabe porquê e para que vive. Assim, tudo converge para um estado de conexão e de harmonia. Por isso, diante do próprio mistério pessoal, talvez a pergunta mais decisiva que se possa fazer seja esta: tenho coração?

Em relação à Teologia do Direito, Javier Hervada trata em seu artigo, LAS RAICES SACRAMENTALES DEL DERECHO CANONICO , do Direito Canônico enquanto matéria nascida da própria economia da graça, se os sacramentos são sinais visíveis, distribuídos pela Igreja, apesar de não dependerem do mérito do ministro, o Corpo de Cristo é instrumento unitário das disciplinas relativas a graça, para descrever a Teologia do Direito a partir desta analogia, Hervada descreve:

“O Corpo de Cristo nos aparece como o instrumento unitário, com sete ações salvíficas, por meio das quais a graça capital de Cristo é comunicada por meio de seu Corpo aos homens. Os sete sacramentos são os sete bicos de uma única fonte, que é a Igreja como instrumento da graça capital de Cristo. O elemento visível da Igreja é sinal e instrumento de salvação. É um signo, porque sua função é tornar presente e manifestar o elemento interno; objetivamente, a Igreja visível é o Povo e a instituição por meio da qual Cristo continua presente e se manifesta aos homens. E é um instrumento porque Cristo age – de maneiras diferentes de acordo com os diferentes tipos de ações – através da Igreja, particularmente através dos sacramentos. Ora, dada a economia sacramental, a união a Cristo e a vida em Cristo passam pela Eucaristia. Ela é, portanto, o centro e o ápice da vida e do desenvolvimento da Igreja. E este, com tudo o que isso implica, é o fim próprio e específico da Igreja; todo o resto são pressuposições e derivações. Se observarmos que a lei é uma ordenação para o bem comum, pode-se dizer que a ordenação própria do direito canônico é a proclamação da Palavra e a administração dos sacramentos. É através deste prisma que tudo, desde o apostolado pessoal dos fiéis até a ação punitiva da Igreja, deve ser contemplado.”

A proposta deste artigo, é trazer à partilha, com a motivação do documento Dilexit nos e dos escritos de Hervada, a natureza das disciplinas teológicas como transbordo de misericórdia e amor do Sagrado Coração de Jesus. É analogia perfeitamente possível, perceber que apesar do caráter jurídico do Direito Canônico, seu objetivo último é a salvação de todas as almas (Cân. 1752 – CIC). Até uma pena oriunda de um delito cometido, no âmbito da justiça eclesiástica, deve ser tratada como possibilidade de arrependimento do delinquente.

É comum nos diversos ambientes teológicos e eclesiásticos, o Direito Canônico ser tratado como matéria de defesa dos clérigos, como forma de proteção da Igreja a si própria e, portanto, haver diminuição intuitiva e ideológica da natureza e gênese da matéria jurídica a partir de Jesus Cristo.

Se pode concluir, fazendo memória de São Tomás de Aquino, quando nas reflexões sobre o livre arbítrio, destina autonomia aos fiéis, (“Além do necessário, a lei da graça é a liberdade e a regulação desses campos de liberdade pertence à autonomia dos fiéis ou, conforme o caso, ao poder do prelado”) São Tomás de Aquino, no sentido de perceber que a justiça e o direito transbordam igualmente do coração de Jesus, e que para os afastados de dignidade, pobres de espírito, é que a ação salvífica de Cristo faz sentido.

Convertidos, todos os fiéis precisam assumir para si a urgência pela santidade e o código moral ao qual Jesus anunciou e submeteu sua Boa Nova, afinal de contas, o próprio Evangelho, é normativo; e nasce do lado aberto e do coração chagado de Nosso Senhor Jesus Cristo.

DIÁCONO Rodrigo Pereira da Costa

Diocese de Uberlãndia

NOTA OFICIAL COMISSÃO REGIONAL DOS DIACONOS – LESTE 2 NOTA OFICIAL

Exmo. e Revmo.

Dom Frei Cláudio Nori Sturm, OFMCap

BISPO DA DIOCESE DE PATOS DE MINAS

Graça e Paz!

Estimado Dom Cláudio Nori Sturm, a Comissão Regional dos Diáconos (CRD/LESTE 2) e toda família diaconal de nossa Regional, se une ao senhor, ao seu clero e ao Povo de Deus da Diocese de Patos de Minas, para louvar e agradecer a Deus, por ocasião da ordenação de 15 novos diáconos permanentes. Sendo a primeira turma da Escola Diaconal Santo Estêvão dessa Diocese. Aos irmãos que receberão a Sagrada Ordem do Diaconado, nossos rogos ao Pai para que tenham um ministério abençoado.

O diácono tem como modelo por excelência Cristo Servo, que viveu totalmente a serviço de Deus para o bem dos homens. Assim inspirado por Cristo o diácono se coloca a serviço de Deus, da Igreja e dos irmãos. Sua diaconia é vivida como consequência do seguimento de Jesus, na humildade, na obediência, disponibilidade, entrega, nas dores e alegrias. Apoiado na tríplice missão da Palavra, Caridade e Altar.

Que São Loureço, diácono e mártir interceda e ilumine o ministério dos novos diáconos permanentes da Diocese de Patos de Minas, que sejam autênticos discípulos missionários e peregrinos de esperança.

Queremos manifestar os nossos agradecimentos pelo que o senhor tem feito a favor do crescimento do Diaconado Permanente na porção do Povo de Deus confiada ao seu pastoreio.

Em comunhão,

Diácono Horácio Nelson Tavares

Presidente da Comissão Regional dos Diáconos Leste 2 – CRD/LESTE 2.

Uberlândia, 25 de Outubro de 2024.

Arquidiocese de Juiz de Fora – MG realizam o Retiro Canônico e elege nova Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes

Os Diáconos Permanentes de Juiz de Fora – MG realizaram nos dias 18, 19 e 20 de outubro nas dependências do CEFLÃ – JF o retiro anual Canônico e a eleição para a escolha dos novos coordenadores, secretários e tesoureiros arquidiocesano.

Todos os diáconos concorreram às funções propostas. Desta forma todos os diáconos permanentes da Arquidiocese de juiz de Fora ficaram como eleitores e elegíveis.

O retiro contou com a presença do Reverendíssimo Padre Rômulo Gomes de Oliveira, com o tema: “O serviço eucarístico como desenvolvimento espiritual“.

Foram momentos de muita espiritualidade e convivência fraterna entre todos.

Foram eleitos:

Presidente: Diácono. João Roberto da Silva;

Vice-Presidente: Diácono. André Luiz Pereira Machado;

Secretário: Diácono. Antônio Valentino da Silva Neto;

2º Secretário: Diácono. Álvaro Shwenck Spindula;

Tesoureiro: Diácono. Jorge Luis Lopes dos Santos;

2º Tesoureiro: Diácono. Admilson Renato da Silva;

Relações Pública: Diácono.  Manoel Espedito da Cunha.

* Colaboração: diácono João Roberto da Silva, Presidente CAD.

Diáconos e Esposas da diocese Itabira/Coronel Fabriciano Realizaram Retiro Canônico

Os Diáconos Permanentes da Itabira/Coronel Fabriciano (MG) e suas respectivas esposas, realizaram o Retiro Espiritual Anual Canônico nos dias 18 e 19 de outubro de 2024. O encontro realizou-se na casa de retiro Recanto das Mangueiras em Coronel Fabriciano.

O retiro contou com assessoria virtual do Padre Pedro Morais, da arquidiocese de São Paulo e membro da comunidade Aliança de Misericórdia. Doutor em Teologia, Mestre em Teologia Sistemática e Professor na PUC-SP, o assessor contribuiu com reflexões que ajudam no exercício do ministério diaconal nas dimensões da família e eclesial.

Foram momentos de muita espiritualidade e convivência fraterna entre os diáconos e suas esposas.

Que São Lourenço interceda pelo ministério diaconal de cada um dos diáconos que estão inseridos em diversos serviços pastorais na diocese Itabira/Coronel Fabriciano.

* Colaboração: diácono Flávio Pena, CRD Leste 2

Diocese de Itabira/Cel. Fabriciano elege nova Comissão Diocesana e Regional dos Diáconos Permanentes

No 06 de outubro iniciou-se de forma eletrônica a eleição para a escolha dos novos coordenadores, secretários e tesoureiros diocesano e regionais da diocese Itabira/Cel. Fabriciano. A coleta dos votos foi finalizada no dia 08 de outubro. Todos os diáconos concorreram às funções propostas. Desta forma todos os diáconos permanentes da diocese Itabira Coronel/Fabriciano ficaram como eleitores e elegíveis.

Foram eleitos a nível diocesano:

Coordenador: Jairo Pereira Lage

Vice coordenador: Albio Souza Júnior

Secretário: Flávio Pena Pereira

2º Secretário: Bruno Luiz de Souza

Tesoureiro: Geraldo Luciano Lima

2º Tesoureiro: Luciano dos Santos Rodrigues

Foram eleitos a nível regional:

ELEIÇÕES REGIONAL I

Coordenador: Maurílio Hamilton Serafim

Vice coordenador: Júlio Maria Abílio Ferreira

Secretário: Glemerson Pereira de Souza

2º Secretário: Paulo Martins Barcelos

ELEIÇÕES REGIONAL II

Coordenador: Geraldo Magela de Souza Carvalho

Vice coordenador: Marcone José da Silva Guedes

Secretário: João Paulo de Oliveira

2º Secretário: Eduardo Gomes Roberto

ELEIÇÕES REGIONAL III

Coordenador: Elias Pereira da Silva

Vice coordenador: João Carlos Medeiros

Secretário: Reginaldo Caetano Amorim

2º Secretário: Richard Nixon Vieira Simões

Louvemos a Deus pela nova comissão que assumirá no biênio 2025/2026 para que exerçam as funções a cada um confiadas inspiradas no Bom Pastor que se coloca a serviço do povo de Deus.

ORDENAÇÃO DIACONAL DIOCESE DE PATOS DE MINAS

A Diocese de Patos de Minas, tem a satisfação de convidar para a solene Celebração Eucarística na qual pela imposição das mãos e oração consecratória será ordenado a primeira turma da Escola Diaconal Santo Estêvão. A Celebração será no dia 26 de outubro, sábado, às 09h, na Igreja do Rosário, em Patos de Minas. A celebração será presidida pelo Bispo Diocesano Dom Cláudio Nori Sturm.

Atualmente a Diocese de Patos de Minas conta com o Diácono Policarpo Rodrigues Filho, com uso de ordens diaconais na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Perdizes/MG. Policarpo foi ordenado em 08 de novembro de 1981, na Arquidiocese de Terezina/PI.

Serão ordenados 15 novos diáconos para o bem da Igreja Particular de Patos de Minas e para o bem do povo. O início do processo formativo se deu no ano de 2019 com o propedêutico.

 A Escola Diaconal Santo Estêvão tem segunda turma iniciada em 2022, e com previsão de término, se tudo correr bem, em 2026.

Existe uma grande expectativa com a chegada dos novos diáconos. Dom Cláudio está empolgado, assim como o clero e o povo!!

O Diaconato e as Sagradas Escrituras

Neste mês de setembro, a Igreja celebra o “mês da Bíblia” em homenagem a São Jerônimo, um dos principais responsáveis pela tradução das Escrituras do hebraico e do grego para o latim, conhecida como Vulgata, no século V d.C. Este período convida todos os católicos a aprofundarem sua relação com a Palavra de Deus. A partir disso, neste texto, queremos refletir sobre a íntima relação entre o diaconato e a Palavra de Deus, uma vez que os diáconos são chamados, dentre outras coisas, a exercer a diaconia da Palavra desde o momento de sua ordenação, para o crescimento e a santificação do povo de Deus.
“Recebe o Evangelho de Cristo, do qual fostes constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que credes e procura realizar o que ensinares” (Pontifical, 2002, n. 238). Com essas palavras, o bispo ordenante entrega aos neodiáconos o livro dos Evangelhos no dia da ordenação diaconal, simbolizando que, a partir daquele momento, o diácono se torna mensageiro do Evangelho, com a missão de pregar, ensinar e viver a Palavra de Cristo, tornando-se assim “arauto e servidor da Palavra” (Bendinelli, 2009, p. 190). Aqui observamos uma dinâmica significativa na vida e no exercício diaconal e a Palavra de Deus. A base dessa dinâmica é a leitura que os Diáconos devem fazer das Escrituras, pois ele é chamado a ler a Palavra, e essa leitura deve se converter em fé, caracterizada como “viva”. Isso porque o diácono é chamado a pregar um Cristo vivo, e sua fé também deve ser igualmente viva, manifestando-se nos diversos aspectos de sua vida. O que é crido através da leitura e da fé deve ser ensinado pelo diácono, que não deve reter a boa nova de Cristo, mas sim levá-la aos que mais necessitam, uma vez que foi ordenado também para essa tarefa. No entanto, o ensinamento transmitido deve, primeiramente, ser obedecido pelo próprio diácono, para que o ensino não se torne hipócrita, a fé viva não se torne morta e o ministério diaconal não se torne infrutífero. Há aqui um desejo, mas também um alerta, para que a dinâmica da Palavra seja sempre viva no coração do diácono para que seu ministério seja sempre fecundo para a Igreja.
Essa dinâmica demonstra que o ministério diaconal está intrinsecamente ligado à Palavra de Deus. Deste modo, é confiado ao diácono o múnus docendi, que se expressa no “serviço à mesa da Palavra através do anúncio, da catequese e da pregação” (Pinto, 2017, p. 89). Ou seja, os diáconos são chamados a levar a Palavra de Deus, tornando-se verdadeiros “Homens da Palavra” por ocasião da ordenação. De acordo com a constituição dogmática Lumen Gentium, n. 29, os diáconos são chamados a servir o povo de Deus na “diaconia da Liturgia, da Palavra e da Caridade”. Como veremos, a atuação dos diáconos na liturgia está marcada pela presença da Palavra de Deus, especialmente no que diz respeito ao seu anúncio. Outro aspecto importante na vivência diaconal é a caridade, que é essencial na vida do diácono, particularmente no que tange ao anúncio da Palavra. Esse anúncio deve ser feito com caridade, ou seja, com um amor ardente por Deus e pela pessoa que recebe o anúncio, visando que ela experimente a salvação. Esse é o maior ato de caridade que o diácono pode realizar: apresentar Cristo por meio da Palavra. Levando isso em consideração, em sua vivência litúrgica e na caridade, o diácono está sempre próximo da Palavra, expressando assim o seu múnus docendi. Assim, por meio da Palavra, os diáconos representam Cristo, que continua a falar à sua Igreja nos dias de hoje (Bendinelli, 2016, p. 161), visto que através do seu múnus docendi, os diáconos, “ao proclamar o Evangelho, é Cristo in persona que fala” (Pinto, 2017, p. 96).
A correlação entre o ministério diaconal e a pregação da Palavra de Deus pode ser percebida desde os tempos apostólicos. O diácono Filipe, inspirado por Deus, ensinou e explicou ao eunuco etíope — que desejava ardentemente alguém que o ajudasse a compreender as Escrituras — o texto presente no Livro do profeta Isaías, que prenunciava a missão salvadora de Cristo (cf. Atos 8,30). Também o diácono Estêvão, “cheio de graça e fortaleza” (Atos 6,8), anunciou o plano salvífico de Deus por meio de Jesus, desde o Antigo Testamento até o pleno cumprimento de sua ressurreição, demonstrando que Jesus, rejeitado e morto pelos judeus, era o Cristo de Deus (cf. Atos 7, 1-53). Isso causou grande ira nos que ouviram suas palavras, a ponto de Estêvão ser martirizado por seu testemunho de Cristo.
Deste modo, os diáconos Filipe e Estêvão foram levantados por Deus para serem mestres e esclarecedores da Palavra de Deus. Da mesma forma, os diáconos hoje são chamados pela Igreja, através de seu múnus, a serem “mestres, enquanto proclamam e esclarecem a Palavra de Deus” (Congregação para o Clero, Diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes Diaconatus originem (22 de fevereiro de 1998), n. 22: l.c., p. 889).
Diante da compreensão do diácono como clérigo intimamente marcado para o anúncio, ensino e vivência da Palavra, a Igreja, em sua sabedoria, demonstra tal realidade por meio de seus ritos. Nas liturgias solenes, especialmente as celebradas pelo bispo, é função do diácono levar, na procissão de entrada, o livro dos Evangelhos. É também norma da Igreja que, nas Missas com diáconos, estes sejam os responsáveis pela proclamação do Evangelho. Além disso, quando oportuno e conforme as normas da Igreja, o diácono é chamado a presidir a Celebração da Palavra, onde exerce publicamente sua função de mestre e esclarecedor das Escrituras Sagradas. Por meio da homilia, ocorre o “anúncio das maravilhas realizadas por Deus no mistério de Cristo, presente e operante sobretudo nas celebrações litúrgicas” (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, 35; cf. 52; C.I.C., cân. 767, § 1). Nos sacramentos próprios de serem administrados pelos diáconos, Batismo e Matrimônio, também há a necessidade de leitura e pregação da Palavra como meio de edificação e santificação do povo de Deus. Assim, o Evangelho recebido pelos diáconos em sua ordenação os acompanha em todo o exercício de sua vida sacramental, sempre recordando o caráter evangélico da missão diaconal.
Enriquecidos por essa reflexão, que os diáconos possam sempre recordar a Palavra que lhes foi entregue no dia de sua ordenação, para que, não apenas no exercício litúrgico e sacramental, mas também em suas vivências cotidianas, em seus trabalhos, afazeres e no meio familiar, sejam verdadeiramente homens evangélicos, comprometidos com os valores da Palavra de Deus. Que, por meio da diaconia da Palavra, o anúncio do Evangelho chegue cada vez mais aos corações necessitados de ouvir a Palavra de Cristo. Assim, que os diáconos possam dizer, como o salmista: “Minha alegria é fazer vossa vontade; eu não posso esquecer vossa Palavra” (Salmo 118,16).

Diácono Jorge Luís (Tuite)- Arquidiocese de Juiz de Fora

Referências

BENDINELLI, Júlio Cesar. Servidor da mesa da Palavra de Deus: estudo teológico-pastoral sobre o ministério do diácono permanente. 2016. Tese (Doutorado em Teologia) – Departamento de Teologia, Programa de Pós-Graduação em Teologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
BENDINELLI, Júlio. O diácono permanente: servidor da mesa da palavra e mensageiro do evangelho de Cristo. Revista Teocomunicação, v. 39, n. 2, p. 172-192, 2009.
BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
CATECISMO da Igreja Católica (CEC). São Paulo: Loyola, 2000.
CONCÍLIO Ecumênico Vaticano II. Constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, 35; cf. 52; C.I.C.
CONCÍLIO Ecumênico Vaticano II. Constituição dogmática Lumen Gentium (21 nov. 1964). In: Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2001.
CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes Diaconatus originem (22 de fevereiro de 1998), n. 22: l.c.
PINTO, Luciano Rocha. Mensa verbi Dei: o ministério diaconal da palavra de Deus. Revista Coletânea, v. 16, n. 31, p. 81-103, 2017.
PONTIFICAL Romano. Ritual de Ordenação de bispos, presbíteros e diáconos. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002.

ARQUIDIOCESE DE DIAMANTINA DÁ INÍCIO A ESCOLA DIACONAL

MISSA DE ABERTURA DA ESCOLA DIACONAL.

Hoje neste dia 11/08/2024, dia dos Pais, na Catedral Santo Antônio em Diamantina, com a missa Presidida pelo Arcebispo Dom Darcy, com a presença dos Quinze candidatos ao diaconato Permanente e seus familiares, deu- se, início da Escola Diaconal Arquidiocesana.
O patrono da Escola Diaconal será S. Francisco de Assis, diácono e mestre da pobreza evangélica.
Santo Antônio, São Francisco e São Lourenço intercedam pela nossa Igreja Arquidiocesana, para que não nos faltem paixão e compromisso no serviço à causa do Evangelho.

Juncti Valemus!

  • Darci José Nicioli, CSsR
    Arcebispo de Diamantina.

Encontro Virtual de Coordenadores das Escolas Diaconais Leste 2

Aconteceu no dia 05 de agosto uma reunião virtual com responsáveis das Escolas Diaconais do Regional CNBB Leste 2. O encontro contou com a participação de representantes de 9  (Arqui)Dioceses do Regional Leste 2.

O encontro iniciou-se com uma apresentação da atual realidade da formação para o Diaconato Permanente em nossa Região, onde cada presente pode falar como está a caminhada em sua (Arqui)Diocese, das dificuldades, anseios, esperanças e avanços.

Foi proposto a realização de um Encontro Presencial, com os diretores/formadores das Escolas em Belo Horizonte, nos dias 02, 03 e 04 de maio de 2025. Proposta que foi bem recebida por todos. Esse encontro será um momento propício para partilha de vida e experiências e no sentido de buscar uma unidade no processo formativo dos futuros diáconos.

Pe. Eduardo, responsável pela Escola Diaconal da Arquidiocese de Pouso Alegre, ressaltou a importância desses encontros virtuais, enriquecem e colaboram com o processo. Ele lançou a proposta de viabilizar a execução de 3 módulos de formação, virtual, para os dirigentes das Escolas Diaconais por ano, com os temas:  o primeiro referente ao vocacionado e propedêutico; o segundo sobre a formação teológica e o terceiro sobre a formação continuada. Todos acolheram com alegria a proposta, que será viabilizada com a equipe de formação juntamente com a assessoria de comunicação do CRD Leste 2.

Tivemos também a sugestão fomentar encontros, nas Escolas, entre futuros diáconos e seminaristas para estreitarem laços.

Na semana que celebramos a festa de São Lourenço, que ela interceda em favor dos diáconos e futuros diáconos, de nosso regional.