O Diaconato e as Sagradas Escrituras

Neste mês de setembro, a Igreja celebra o “mês da Bíblia” em homenagem a São Jerônimo, um dos principais responsáveis pela tradução das Escrituras do hebraico e do grego para o latim, conhecida como Vulgata, no século V d.C. Este período convida todos os católicos a aprofundarem sua relação com a Palavra de Deus. A partir disso, neste texto, queremos refletir sobre a íntima relação entre o diaconato e a Palavra de Deus, uma vez que os diáconos são chamados, dentre outras coisas, a exercer a diaconia da Palavra desde o momento de sua ordenação, para o crescimento e a santificação do povo de Deus.
“Recebe o Evangelho de Cristo, do qual fostes constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que credes e procura realizar o que ensinares” (Pontifical, 2002, n. 238). Com essas palavras, o bispo ordenante entrega aos neodiáconos o livro dos Evangelhos no dia da ordenação diaconal, simbolizando que, a partir daquele momento, o diácono se torna mensageiro do Evangelho, com a missão de pregar, ensinar e viver a Palavra de Cristo, tornando-se assim “arauto e servidor da Palavra” (Bendinelli, 2009, p. 190). Aqui observamos uma dinâmica significativa na vida e no exercício diaconal e a Palavra de Deus. A base dessa dinâmica é a leitura que os Diáconos devem fazer das Escrituras, pois ele é chamado a ler a Palavra, e essa leitura deve se converter em fé, caracterizada como “viva”. Isso porque o diácono é chamado a pregar um Cristo vivo, e sua fé também deve ser igualmente viva, manifestando-se nos diversos aspectos de sua vida. O que é crido através da leitura e da fé deve ser ensinado pelo diácono, que não deve reter a boa nova de Cristo, mas sim levá-la aos que mais necessitam, uma vez que foi ordenado também para essa tarefa. No entanto, o ensinamento transmitido deve, primeiramente, ser obedecido pelo próprio diácono, para que o ensino não se torne hipócrita, a fé viva não se torne morta e o ministério diaconal não se torne infrutífero. Há aqui um desejo, mas também um alerta, para que a dinâmica da Palavra seja sempre viva no coração do diácono para que seu ministério seja sempre fecundo para a Igreja.
Essa dinâmica demonstra que o ministério diaconal está intrinsecamente ligado à Palavra de Deus. Deste modo, é confiado ao diácono o múnus docendi, que se expressa no “serviço à mesa da Palavra através do anúncio, da catequese e da pregação” (Pinto, 2017, p. 89). Ou seja, os diáconos são chamados a levar a Palavra de Deus, tornando-se verdadeiros “Homens da Palavra” por ocasião da ordenação. De acordo com a constituição dogmática Lumen Gentium, n. 29, os diáconos são chamados a servir o povo de Deus na “diaconia da Liturgia, da Palavra e da Caridade”. Como veremos, a atuação dos diáconos na liturgia está marcada pela presença da Palavra de Deus, especialmente no que diz respeito ao seu anúncio. Outro aspecto importante na vivência diaconal é a caridade, que é essencial na vida do diácono, particularmente no que tange ao anúncio da Palavra. Esse anúncio deve ser feito com caridade, ou seja, com um amor ardente por Deus e pela pessoa que recebe o anúncio, visando que ela experimente a salvação. Esse é o maior ato de caridade que o diácono pode realizar: apresentar Cristo por meio da Palavra. Levando isso em consideração, em sua vivência litúrgica e na caridade, o diácono está sempre próximo da Palavra, expressando assim o seu múnus docendi. Assim, por meio da Palavra, os diáconos representam Cristo, que continua a falar à sua Igreja nos dias de hoje (Bendinelli, 2016, p. 161), visto que através do seu múnus docendi, os diáconos, “ao proclamar o Evangelho, é Cristo in persona que fala” (Pinto, 2017, p. 96).
A correlação entre o ministério diaconal e a pregação da Palavra de Deus pode ser percebida desde os tempos apostólicos. O diácono Filipe, inspirado por Deus, ensinou e explicou ao eunuco etíope — que desejava ardentemente alguém que o ajudasse a compreender as Escrituras — o texto presente no Livro do profeta Isaías, que prenunciava a missão salvadora de Cristo (cf. Atos 8,30). Também o diácono Estêvão, “cheio de graça e fortaleza” (Atos 6,8), anunciou o plano salvífico de Deus por meio de Jesus, desde o Antigo Testamento até o pleno cumprimento de sua ressurreição, demonstrando que Jesus, rejeitado e morto pelos judeus, era o Cristo de Deus (cf. Atos 7, 1-53). Isso causou grande ira nos que ouviram suas palavras, a ponto de Estêvão ser martirizado por seu testemunho de Cristo.
Deste modo, os diáconos Filipe e Estêvão foram levantados por Deus para serem mestres e esclarecedores da Palavra de Deus. Da mesma forma, os diáconos hoje são chamados pela Igreja, através de seu múnus, a serem “mestres, enquanto proclamam e esclarecem a Palavra de Deus” (Congregação para o Clero, Diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes Diaconatus originem (22 de fevereiro de 1998), n. 22: l.c., p. 889).
Diante da compreensão do diácono como clérigo intimamente marcado para o anúncio, ensino e vivência da Palavra, a Igreja, em sua sabedoria, demonstra tal realidade por meio de seus ritos. Nas liturgias solenes, especialmente as celebradas pelo bispo, é função do diácono levar, na procissão de entrada, o livro dos Evangelhos. É também norma da Igreja que, nas Missas com diáconos, estes sejam os responsáveis pela proclamação do Evangelho. Além disso, quando oportuno e conforme as normas da Igreja, o diácono é chamado a presidir a Celebração da Palavra, onde exerce publicamente sua função de mestre e esclarecedor das Escrituras Sagradas. Por meio da homilia, ocorre o “anúncio das maravilhas realizadas por Deus no mistério de Cristo, presente e operante sobretudo nas celebrações litúrgicas” (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, 35; cf. 52; C.I.C., cân. 767, § 1). Nos sacramentos próprios de serem administrados pelos diáconos, Batismo e Matrimônio, também há a necessidade de leitura e pregação da Palavra como meio de edificação e santificação do povo de Deus. Assim, o Evangelho recebido pelos diáconos em sua ordenação os acompanha em todo o exercício de sua vida sacramental, sempre recordando o caráter evangélico da missão diaconal.
Enriquecidos por essa reflexão, que os diáconos possam sempre recordar a Palavra que lhes foi entregue no dia de sua ordenação, para que, não apenas no exercício litúrgico e sacramental, mas também em suas vivências cotidianas, em seus trabalhos, afazeres e no meio familiar, sejam verdadeiramente homens evangélicos, comprometidos com os valores da Palavra de Deus. Que, por meio da diaconia da Palavra, o anúncio do Evangelho chegue cada vez mais aos corações necessitados de ouvir a Palavra de Cristo. Assim, que os diáconos possam dizer, como o salmista: “Minha alegria é fazer vossa vontade; eu não posso esquecer vossa Palavra” (Salmo 118,16).

Diácono Jorge Luís (Tuite)- Arquidiocese de Juiz de Fora

Referências

BENDINELLI, Júlio Cesar. Servidor da mesa da Palavra de Deus: estudo teológico-pastoral sobre o ministério do diácono permanente. 2016. Tese (Doutorado em Teologia) – Departamento de Teologia, Programa de Pós-Graduação em Teologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
BENDINELLI, Júlio. O diácono permanente: servidor da mesa da palavra e mensageiro do evangelho de Cristo. Revista Teocomunicação, v. 39, n. 2, p. 172-192, 2009.
BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
CATECISMO da Igreja Católica (CEC). São Paulo: Loyola, 2000.
CONCÍLIO Ecumênico Vaticano II. Constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, 35; cf. 52; C.I.C.
CONCÍLIO Ecumênico Vaticano II. Constituição dogmática Lumen Gentium (21 nov. 1964). In: Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2001.
CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes Diaconatus originem (22 de fevereiro de 1998), n. 22: l.c.
PINTO, Luciano Rocha. Mensa verbi Dei: o ministério diaconal da palavra de Deus. Revista Coletânea, v. 16, n. 31, p. 81-103, 2017.
PONTIFICAL Romano. Ritual de Ordenação de bispos, presbíteros e diáconos. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002.

ARQUIDIOCESE DE DIAMANTINA DÁ INÍCIO A ESCOLA DIACONAL

MISSA DE ABERTURA DA ESCOLA DIACONAL.

Hoje neste dia 11/08/2024, dia dos Pais, na Catedral Santo Antônio em Diamantina, com a missa Presidida pelo Arcebispo Dom Darcy, com a presença dos Quinze candidatos ao diaconato Permanente e seus familiares, deu- se, início da Escola Diaconal Arquidiocesana.
O patrono da Escola Diaconal será S. Francisco de Assis, diácono e mestre da pobreza evangélica.
Santo Antônio, São Francisco e São Lourenço intercedam pela nossa Igreja Arquidiocesana, para que não nos faltem paixão e compromisso no serviço à causa do Evangelho.

Juncti Valemus!

  • Darci José Nicioli, CSsR
    Arcebispo de Diamantina.

Encontro Virtual de Coordenadores das Escolas Diaconais Leste 2

Aconteceu no dia 05 de agosto uma reunião virtual com responsáveis das Escolas Diaconais do Regional CNBB Leste 2. O encontro contou com a participação de representantes de 9  (Arqui)Dioceses do Regional Leste 2.

O encontro iniciou-se com uma apresentação da atual realidade da formação para o Diaconato Permanente em nossa Região, onde cada presente pode falar como está a caminhada em sua (Arqui)Diocese, das dificuldades, anseios, esperanças e avanços.

Foi proposto a realização de um Encontro Presencial, com os diretores/formadores das Escolas em Belo Horizonte, nos dias 02, 03 e 04 de maio de 2025. Proposta que foi bem recebida por todos. Esse encontro será um momento propício para partilha de vida e experiências e no sentido de buscar uma unidade no processo formativo dos futuros diáconos.

Pe. Eduardo, responsável pela Escola Diaconal da Arquidiocese de Pouso Alegre, ressaltou a importância desses encontros virtuais, enriquecem e colaboram com o processo. Ele lançou a proposta de viabilizar a execução de 3 módulos de formação, virtual, para os dirigentes das Escolas Diaconais por ano, com os temas:  o primeiro referente ao vocacionado e propedêutico; o segundo sobre a formação teológica e o terceiro sobre a formação continuada. Todos acolheram com alegria a proposta, que será viabilizada com a equipe de formação juntamente com a assessoria de comunicação do CRD Leste 2.

Tivemos também a sugestão fomentar encontros, nas Escolas, entre futuros diáconos e seminaristas para estreitarem laços.

Na semana que celebramos a festa de São Lourenço, que ela interceda em favor dos diáconos e futuros diáconos, de nosso regional.

Diocese de Divinópolis Celebra Ordenação de Primeira Turma de Diáconos Permanentes

No último sábado, 03 de agosto de 2024, a Diocese de Divinópolis vivenciou um momento histórico e de grande alegria. O Bispo Diocesano, Dom Geovane Luís da Silva, presidiu a cerimônia de ordenação da primeira turma de diáconos permanentes da diocese. Após mais de sete anos desde o início da escola diaconal, oito novos diáconos foram ordenados, marcando um importante passo na caminhada da Igreja local.

A celebração, que ocorreu na Catedral do Divino Espírito Santo, reuniu familiares, amigos e membros da comunidade, que se emocionaram com a dedicação e o compromisso dos novos diáconos. Dom Geovane destacou em sua homilia a importância do serviço diaconal e o papel fundamental dos diáconos na evangelização e no apoio às comunidades.

Ainda este mês, a Diocese de Divinópolis tem programadas mais duas ordenações diaconais. A primeira acontecerá no dia 17 de agosto e a segunda no dia 31 de agosto, totalizando assim 23 diáconos permanentes ao final de agosto. Esses novos diáconos estarão à frente de trabalhos pastorais em presídios, hospitais e centros educacionais, contribuindo de maneira significativa para a missão da Igreja na região.

Que Santo Estevão interceda por todos os diáconos e suas famílias.

Diácono Alan Venâncio

O Diaconato Católico e a dinâmica do serviço

A missão do Diácono é levar o Cristo Servo aos que mais precisam, exercitando deste modo as palavras de Jesus: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Marcos 10,45a).

Na Igreja Católica, o sacramento da ordem tem como função perpetuar a missão de Cristo confiada aos Apóstolos através dos ministros ordenados. Aqueles que recebem o sacramento da ordem “configuram-se a Cristo em virtude de uma graça especial do Espírito Santo, com o objetivo de serem instrumentos de Cristo ao serviço da sua Igreja. Pela ordenação, ficam habilitados a agir como representantes de Cristo, Cabeça da Igreja, na sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei” (Catecismo da Igreja Católica, §1581). A ordem é constituída de três graus, cada um deles com um múnus, ou seja, um ofício singular e característico: Diaconato, Presbiterato e Episcopado. Os membros de cada um dos graus, cada qual a seu modo e de acordo com seu ministério, se assemelham a Cristo. 

O diaconato constitui-se como o primeiro grau do sacramento da ordem. O nome “diácono” deriva da palavra grega διάκονος (diakonos), cujo significado é “servo”, “servidor” ou “servente”. Isso revela que o ministério diaconal está intimamente ligado ao serviço. Os diáconos são ordenados para servir à Igreja e ao povo de Deus, configurando-se desta maneira ao Cristo Servo, que “não veio para ser servido, mas para servir” (cf. Marcos 10,45a). Logo, o múnus diaconal é o serviço: “Aos diáconos são-lhes impostas as mãos, não para o sacerdócio, mas para o ministério sagrado. Fortalecidos com a graça sacramental, servem o povo de Deus, em união com o Bispo e o seu presbitério, na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade” (Lumen Gentium, n. 29- grifo nosso). 

A dinâmica do serviço diaconal também se expressa nas vestes litúrgicas próprias do diácono. A dalmática, vestimenta característica dos diáconos, é um símbolo de serviço e caridade. As mangas largas da dalmática lembram que o diácono deve estar sempre pronto para servir os outros, representando as mãos estendidas para ajudar. A estola diaconal também reflete essa dinâmica de serviço. A estola é um símbolo da autoridade do ministro ordenado e, no caso dos diáconos, expressa seu caráter servil. A estola diaconal é colocada sobre o ombro esquerdo e presa sob o braço direito, lembrando a função prática e de serviço do diácono.

No Antigo Testamento, os levitas, descendentes de Levi, filho do patriarca Jacó, prefiguravam o diaconato cristão. Eles foram escolhidos por Deus, por intermédio de Moisés, para auxiliarem o Sumo Sacerdote Aarão e os demais sacerdotes israelitas, seus descendentes, no exercício litúrgico e no cuidado com as coisas sagradas presentes no tabernáculo, bem como nos rituais sacrificiais.

O Senhor disse a Moisés: “Manda vir a tribo de Levi e apresenta-a ao sacerdote Aarão para servi-lo. Os levitas se encarregarão de tudo o que foi confiado aos seus cuidados e aos de toda a assembleia, diante da tenda de reunião: e farão assim o serviço do tabernáculo. Zelarão por todos os utensílios da tenda de reunião e do que foi confiado aos cuidados dos israelitas; e farão assim o serviço do tabernáculo (Números 3,5-8). 

Diferente dos demais israelitas, a Tribo de Levi não possuía terras em Canaã, pois o próprio Senhor era a sua herança (cf. Deuteronômio 18,1). O serviço constante a Deus permitia que os levitas tivessem um contato contínuo com o Deus de Israel, algo mais valioso e precioso que qualquer propriedade terrena. Assim, percebemos que o serviço a Deus não é um peso, mas uma dádiva, uma herança que Ele destinava aos levitas na antiga aliança e agora reserva aos diáconos, os homens do serviço.

No Novo Testamento, percebemos a continuidade desse ministério de serviço, não mais com os levitas, mas com os diáconos. Em Atos 6,1-7, vemos que com o crescimento dos cristãos, surgiu na Igreja nascente a necessidade de assistência às viúvas, a distribuição de alimentos aos pobres e outras necessidades da Igreja. Contudo, os apóstolos precisavam anunciar o evangelho e não conseguiam suprir essas novas demandas. Assim, os apóstolos chegaram à conclusão de que era necessário que sete homens repletos do Espírito Santo fossem escolhidos para tal função:

Não está certo que deixemos a pregação da palavra de Deus para servirmos as mesas. Irmãos, é melhor que escolham entre vocês sete homens de boa fama, repletos do Espírito Santo e de sabedoria e nós o encarregaremos desta tarefa. Desse modo, nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da palavra (Atos 6, 2b-3). 

Assim, sete homens foram escolhidos e apresentados aos apóstolos, que lhes impuseram as mãos para o serviço diaconal. Dessa forma, começou o ministério diaconal na Igreja. Conforme atestado nas Escrituras Sagradas, este ministério era ativo e profundamente marcado pela manifestação do Espírito Santo. O apóstolo São Paulo saudou os diáconos juntamente com os bispos na carta aos Filipenses (cf. Filipenses 1,1), e o diácono Filipe foi usado profundamente pelo Espírito Santo para pregar em Samaria (cf. Atos 8,9-25) e para batizar o eunuco etíope (cf. Atos 8,26-40).

O diaconato cristão nasce intimamente conectado ao serviço à Igreja de Deus, e essa missão continua até os dias de hoje. Os diáconos são homens chamados ao exercício do serviço cristão, e o grande chamado de cada diácono é levar o Cristo Servo aos que mais precisam, não apenas em suas paróquias e comunidades, mas em todos os lugares onde haja necessidade como presídios, hospitais, cemitérios etc. O Cristo Servo deseja lavar os pés dos mais necessitados, limpando suas impurezas e dando-lhes dignidade e nova vida, e deseja fazer isso por meio dos diáconos. A herança dos diáconos é o serviço contínuo a Deus na liturgia, aos pobres e na pregação da palavra de Deus. 

O bom exercício desse ministério é acompanhado de uma grande promessa do Senhor: “Aqueles que exercem bem o diaconato conquistam para si mesmos posto de honra, bem como muita intrepidez fundada na fé em Cristo Jesus.” (1 Timóteo 3,13). O serviço a Cristo não nos promete bens terrenos, mas bens celestiais como honra e intrepidez em Cristo Jesus. Honra é um posto de respeito, dignidade e integridade. Assim como os homens escolhidos para serem ordenados pelos apóstolos deviam ter boa fama, ser repletos do Espírito e dotados de Sabedoria, também os diáconos devem ser homens honrados e dotados de respeito pelas coisas de Deus, inclusive para seu chamado diaconal, para que haja um melhor exercício da sua diaconia. Já a intrepidez é coragem ou bravura. O diácono que bem exerce seu ministério deve ser corajoso em levar a presença do Cristo Servo onde mais for preciso, até mesmo em lugares desafiadores onde ninguém, a não ser Deus, quer ir por meio de seu diácono: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de poder” (2 Timóteo 1,7). Honra e intrepidez são as heranças prometidas aos que exercitarem dignamente o diaconato, por isso não devemos desanimar, porque Deus nos dá as ferramentas necessárias para cumprirmos nossa missão junto a Igreja e ao povo de Deus.

Peçamos a Nossa Senhora que auxilie todos os diáconos em seu ministério diaconal de serviço. Maria, que diante do anúncio feito pelo Anjo Gabriel que ela seria mãe do Salvador se declarou “serva do Senhor” (Lucas 1,38) e exerceu esse serviço por meio da visita e auxílio a sua prima Santa Isabel nos dias de sua gestação, sabe bem a importância do serviço a Cristo através dos irmãos e a forma como o serviço pode ser um meio pelo qual as pessoas recebem o toque do Espírito Santo. Que, a seu exemplo, nós diáconos possamos sempre renovar nossas promessas de ordenação, onde nos colocamos a serviço da Igreja e do povo de Deus, e recitar com fé, força e convicção: “Eis aqui o servo do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, para que a dinâmica do serviço se concretize em nossas vidas todos os dias. 

Diácono Jorge Luís Lopes dos Santos (Tuite).

Arquidiocese de Juiz de Fora. 

Referências 

VATICANO II. Constituição dogmática “Lumen Gentium” (21 nov. 1964). In: Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2001.

JOÃO PAULO II. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, Paulus, 1999.

BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.

Arquidiocese de Diamantina inicia formação de candidatos ao Diaconato Permanente

No último fim de semana, nos dias 27 e 28 de janeiro de 2024, a Arquidiocese de Diamantina promoveu um retiro destinado aos candidatos ao Diaconato Permanente. O encontro foi conduzido pelo Arcebispo Dom Darci José Nicioli. Treze candidatos, acompanhados por suas esposas, participaram dessa jornada de reflexão e preparação para o serviço religioso.

Evento contou com a presença e contribuição do Diácono Alan Venâncio e sua esposa, Fabiana, representantes da Arquidiocese de Belo Horizonte, além do Diácono Valdivino e sua esposa, Daura, da própria Arquidiocese de Diamantina. Eles compartilharam suas experiências familiares, destacando a importância do valor da família na vida do diácono.
Dom Darci expressou sua alegria e a importância deste projeto para a Arquidiocese, ressaltando a vasta extensão territorial e os desafios únicos que ela apresenta. Ele enfatizou que o diaconato contribuirá significativamente para o serviço religioso.
Contribuíram com o encontro o Padre Alam, que faz parte da comissão para o diaconato permanente, e os seminaristas William e Darlan.
Que São Lourenço interceda por estes candidatos, suas esposas e toda a equipe de formação!

Diác. Alan Venâncio